quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

El Último Tango

Situado em pleno Bairro Alto e em bonita rua do Diário de Noticias,passei em brincadeira a apelidá-lo de "última tanga", tal a desilusão sentida!
De começar pelo serviço, foi desde a chegada antipático,demorado e sem o devido conhecimento sobre ementa e carta de vinhos.
De entrada comecei com salada de abacate e camarão, um desilusão!! abacate extremamente verde e camarão cozido, provavelmente daquele miolo congelado comprado a granel,mostrou-se de baixa qualidade ( confesso que eu mesmo uso camarão de melhor qualidade na pesca!), ao regresso da empregada, que questionou sobre a mesma salada, foi-lhe dito que de facto o abacate estava demasiado verde, ao que respondeu com uma desagradável e constrangedora indiferença!! Então porquê perguntar?? estava á espera de um elogio??!!
Quanto aos vinhos? uma lista muito pobre de opcções, com copos inadequados e temperatura excessiva no tinto serviço ( um problema recorrente), quanto a sugestões de vinhos para os pratos pedidos ............. isso mesmo, foi silêncio que recebi como resposta.
Quanto as prato principal, o misto de carne grelhada foi competente, estava saborosa e recomendo, mas confesso que as expectativas eram mais elevadas, uma vez que se trata de uma restaurante argentino, acompanhava com batatas recheadas de sabor apurado.
NO espaço a opcção com vista para a cozinha parece adequada, a decoração é singela mas enquadrada, a música é de bom gosto e também achei adequada ao ambiente, no entanto a excessiva proximidade das mesas pode ser considerado um ponto negativo.
Não arrisquei a sobremesa
Isto no final, para um preço médio de 25€ por pessoa... ajuizem, eu achei demais, será que tive azar! não irei voltar para tirar dúvidas, não existem de facto segundas oportunidades para uma primeira impressão.Foi o meu primeiro tango sem deslumbre de sedução.
Saudações

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Matua Valley Marlborough Sauvignon Blanc 2005


Pois vou falar deste vinho que conheci à pouco tempo, em primeiro o que aqui dizer sobre os vinhos provados é da minha inteira responsabilidade, quer aquilo que o leitor achar correcto ou não foi a mina percepção, não sou expert em vinhos, sou apenas um provador e um curioso e apesar já ter feito pequenas formações sobre provas, não acho que saiba mais que os outros, tenho é certeza do que gosto ou não, por isso tentarei falar sobre essas sensações da forma melhor que conseguir… depois desta ressalva, é necessário uma vez que este é o primeiro post a falar de vinho.


Este vinho branco Matua Valley de seu nome que chega da Nova Zelândia, importado pela Vinalda, para mim é uma delícia! E disso não tenho dúvidas nenhumas! Conheci através de uma prova promovida pelo Estimado Enólogo Mário Louro ( sitio do vinho).

Tive oportunidade de adquirir mais umas garrafas para degustar, em primeiro dizer que não tenho qualquer preconceito sobre os vinhos estrangeiros e procuro explicar aqueles que dizem "temos tantos vinhos bons portugueses, e andas a comprar vinhos importados" a estes respondo que se for esta a lógica no estrangeiro, também os nossos vinhos não vingam lá fora, depois temos que aprender com quem faz muito e bom vinho e de facto existem países e regiões com características únicas e que por isso conseguem néctares difíceis de reproduzir em outras zonas do mundo, agora sou contra um vinho do porto que não seja do Douro, ou um champanhe que não seja da mesma região francesa!

Adquiri a minha garrafa no corte inglês (bem sei que é dos locais mais caros!) por cerca de 9€, para mim vale todos os cêntimos.

Vamos a este néctar, do ano de 2005 e da região de Marlborough, os seus produtores foram os primeiros a fazer vinhos Sauvignon Blanc no seu país! estagiou em cubas de inox, no copo apresenta cor amarela muito pálido, no nariz sinto notas vegetais, espargos verdes, talvez!

Um nariz muito sedutor de facto, talvez algumas notas florais que não consigo descortinar, vamos pô-lo na boca!

Refrescante e igualmente sedutor, persistência aromática intensa, contei um PAI de 7 (mais tarde explicarei o que é o PAI, P de persistência, A de aromática e o I de intensidade), algum retro gosto que a saliva não lava com facilidade, alguma adstringência mas redonda, fica um perfume verde na boca, que delicia de vinho! Notas de alguma lima e frutos tropicais no final.

A última acompanhou peixe grelhado, mas penso em mariscos para acompanhar esta iguaria... não sei provarei e direi qq coisa depois.

La Brasserie de l'Entrecot ... o charme não chega

Fica na rua do Alecrim em Lisboa, junto ao largo de Camões, confesso que já lá tinha estado há alguns anos, resolvi voltar e recordar a sua iguaria, o espaço é muito bonito, paredes altas, bom estado de conservação, decoração a lembrar arte nova, luz q.b. portanto convida ao namoro e à intimidade... só que as mesas estão literalmente em cima umas das outras! Logo é difícil ter alguma intimidade na conversa! Digamos que imagine o leitor estar em casa a fazer amor com a janela aberta... não tem a certeza se alguém está a ver, mas corre esse risco, pois, é o mesmo com as conversas neste tipo de restaurante, salvo quem goste de voyeurismo... não serve para o efeito. De notar que tive a sorte de ficar colocado entre dois casais estrangeiros, e por isso, as probabilidades de eles terem ouvido os piropos ditos à minha esposa estavam mais reduzidas!·

Vamos à comidinha... aqui a opção é só uma... e é bom que o leitor saiba, pois quem lá vai sabe que apenas pode contar com entrecôte, e de facto este é muito saboroso, carne macia com molho cremoso de ervas (que não consegui descortinar) acompanha com batatinhas fritas daquelas mais finas que estavam saborosas, de facto um prato saboroso que constitui o sucesso da casa, antes é servida uma salada (também é sempre a mesma) de alface e nozes com molho de natas avinagrado também competente. As doses são perfeitamente suficientes para um adulto, pois consegui repetir carne e batatas. As sobremesas, poucas opções, o bolo de chocolate era enjoativo, apesar do uso de chocolate preto (que adoro) , precisava de menos açúcar, a tarte de maça uma desilusão de sabor, consistência e apresentação, apenas posso elogiar o sorvete de vodka (não provado nesta ocasião).·


Quanto à bebida, a carta de vinho é razoavelmente extensa, mas com vinhos medianos a preços exagerados, aspecto positivo para pequena carta de vinho ao copo, mas também aqui os preços eram proibitivos, e ainda mais comparados com os preços de uma garrafa, ou seja , é bom ter esta opção mas a mesma colocada nestes termos não é uma opção, como pode o cliente pagar cerca de 15-20€ por dois copos de vinho de gama razoável , quando a mesma garrafa custa o mesmo!? Comecei por pedir malhadinha tinto a copo, não tinham! Optei por escolha de outro vinho em garrafa, a opção foi por um vinho que nunca tinha bebido, sou um curioso por natureza e gosto de ser surpreendido, a minha relação com o vinho tem sido assim de curiosidade e interesse crescentes. Chegou a garrafa de Quinta dos Patudos, tinto, Ribatejo (lamento mas não reparei no ano), e vinho devia vir a cerca de 20º, depois de entrar no copo talvez a 22º , mais uma vez tive que pedir o balde do gelo para refrescar o vinho, é uma situação recorrente no que aos tintos diz respeito, os restaurantes têm que investir na formação sobre vinhos e na capacidade de guarda dos mesmos, menos mal que o empregado não olhou para mim como excêntrico ou atrasado mental por estar a pedir para refrescar um vinho tinto, temos todos que acabar que determinados preconceitos sobre o vinho!Ao primeiro contacto ( a 22º) naturalmente só consegui sentir álcool, talvez por isso não mais me encontrei com este vinho, de aroma alguma fruta madura e pouco mais senti, tinha o nariz já cheio de álcool, na boca algo agreste, alguma adstringência, senti também madeira, curto de persistência, não gostei, vou ter que o provar noutras circunstâncias de temperatura, temo que possa ter estado muito condicionada a minha prova. Os copos apesar de bonitos eram pouco funcionais de boca demasiado aberta, facilitadores de fuga de aromas do vinho.Gostaria que as opções ao copo, fossem mais, melhores, mais baratas e variadas, por exemplo, gostaria de ter opções de brancos ao copo para acompanhar a salada, e isso não encontrei.·


O serviço, fiz marcação e ainda bem pois constatei que o restaurante estava cheio, o serviço mostrou-se atencioso e simpático q.b., prontidão no serviço de comida e bebida, de notar algum desconhecimento do empregado acerca dos vinhos presentes na carta, e nota negativa também para a temperatura do vinho servido e de não ter sido fornecido copos à altura.

O preço cerca de 50€, para entrada+prato+vinho+sobremesa e cafés não posso considerar caro.·

Gostei: do espaço, do prato principal

Mudava: O ambiente (é preciso espaço entre clientes), a carta de vinhos, a formação dos empregados nesta área, a temperatura de armazenamento dos vinhos, revia a carta de vinhos a copo, as sobremesas.